-você se sente vazia?

-na realidade, acho que meu problema é outro. me sinto cheia demais.

uma revolta e uma graça.

revolta: a sujeira que é a política. eu não me conformo (mas não me conformo mesmo!) com a coragem que as pessoas têm de se vender. não me conformo com a falta de pudor e de dignidade que essas pessoas têm de roubar dinheiro do povo que o elegeu para gastar com coisas fúteis e não fazer melhoria alguma. não me conformo com a traição entre amigos que existe nesse meio e nem com o jogo de interesses.

graça: um ato do meu pai. nós estávamos chegando na minha vó, e ele brincava com aquelas bombinhas que só servem pra fazer barulho. então, ele olhou para minha mãe e disse 'toma, amor, joga uma! vai acabar junho e você não estorou nenhuma'. achei tão bonito.

'polícia e ladrão'

e bateu o esperado sinal.

nós quatro estávamos sorridentes demais, e o meu sorriso era típico de criança arteira. coloquei a mochila naquela janela azul desbotada, e fui contornar a sala para pegá-la do outro lado. me deparo com o monitor e, antes mesmo dele perguntar, eu respondo: nossa, a laura é fogo. jogou minha mochila aí só pra eu ficar procurando!

ele me olhou com cara de quem sabia de tudo, mas ia deixar essa passar. então, fui me direcionando à bia e pedi para ela levar minha mochila pra casa, ela aceitou. enquanto as meninas distraíam o sérgio (o monitor), o pedro e o eduardo seguiam para ver por onde íamos passar. eu e a laura, cansadas da espera -que não durou nem dois minutos!- fomos atrás de outra saída.

de repente, nos encontramos naquele imenso gramado e nos encontramos também com a drielli, que pretendia fazer o mesmo que a gente. nos apressamos e puxamos a escada pra perto do muro. porém, quando a drielli estava quase do outro lado o sérgio apareceu. como eu não sabia lidar com tal situação, comecei a correr em círculos. estava na cara que era a primeira vez que eu fazia aquilo.

quando percebi que ele estava mais calmo, corri até o pátio e pedi para o meu irmão chamar a laura. ele chamou, mas não chamou só ela. na frente da biblioteca estavam umas quinze pessoas, todas agitadas. até que o monitor aparece de novo e com uma câmera na mão, pronto para pegar todos no flagra!

ele tirou a foto e se retirou, com ele foram todas as pessoas, menos nós quatro. assim, fomos até o pequeno muro e com a ajuda do pedro, do duds e da laura, eu consegui pular.

fim. eu consegui matar aula pela primeira vez!

!

é tão bom sentir-se querida. a bruna sempre me faz sentir assim. ouvir as histórias dela, poder rir e chorar em qualquer momento- segundo a nat, só a bruna consegue rancar de mim a risada mais sincera de faltar ar-. se ela soubesse o quanto eu a amo e quanto ela me deixa mais feliz, eu nem sei, viu.

perceber que a zinha se importa comigo, me faz suspirar como quem quer dizer 'ufa, ela gosta de mim!' .

fiquei feliz da ná ter ido me ver (aliás, eu sempre fico). fico feliz de ficar sem fazer nada com ela e de ela sempre deixar escapar alguma coisa da sua vida.

quando a nayara chegou no dia 22 (aniversário dela), não pude- e não queria- esconder a vontade de dar um abraço sufocante nela. ela, por sorte minha, retribuiu. quem estava me abraçando era a nayara-didi, aquela mesma do ano passado. senti a amizade forte bater com mais intensidade e, ah, que felicidade.

felicidade é também me sentir parte da família linda da lala. é ouvir a carol e a bia cantar as músicas mais bonitas, poder sentar no colo e dar um abração sempre que precisar. é saber que a lala é amiga pra vida toda. é ser aconselhada pela tati até às 5 da manhã.

ver a mari dançando e cantando (errado, diga-se de passagem) e ter a nat como amiga-irmã é alegria na certa. ainda mais depois das conversas de amor, dos vídeos dançantes e dos 'colos'.



só que agora me deu saudade de você. e começo a achar que a gente nunca vai se dar bem, e a culpa é sua (sim, é sua mesmo!). mas também me arrependo de não ter seguido meu impulso de pegar o trem pra te dar um beijo e sair correndo, igual uma garota de 10 anos (e isso é o que menos importa).

ciúmes.

o ciúmes tem acompanhado meus dias. mas, dessa vez, não sou eu quem o sente, são os outros.

fico me questionando se esse danado nos leva à algum lugar.

no meu caso, não levou à lugar algum. confesso que já pequei por ciúmes exagerado, e sinto muito por isso.

ciúmes em pequena quantidade é bom e até saudável. vai dizer que não é bom ouvir aquela pessoa que tanto gostamos nos dizer 'ah, tenho ciúmes, poxa!'. porém, quando ele aparece em excesso, se torna chato e muda de nome, agora se chama vaidade.

ao invés de enciumar, vamos amar!

nós três.

é difícil lembrar do ano passado sem lembrar da bruna e da nayara. nós três estávamos sempre juntas, nossa música era 'fico assim sem você', com a voz da adriana calcanhoto.

era almoço na casa da bruna, cochilo no meu sofá, filme todo final de semana, tardes de 'tombadeza', aniversários supresas (que não eram tão surpresa assim), desenhos, dias coloridos. teve também o dia em que explodi e fui chorar loucamente pra vocês, que choraram junto e me deram todo apoio que precisava- ou até mais que isso.

com a nayara eu ia às missas, com a bruna ia na vó comer bolo.

na despedida, senti uma parte de mim se escondendo, mas sempre soube que ela continuava (e continua!) ali, esperando vê-las de novo pra se mostrar, e se mostrar com muita alegria (por mais que, às vezes, eu não mostre isso).

eu, sinceramente, acho que tudo muda um pouco com essas coisas, sabe. às vezes, é de uma forma tão sutil que a gente nem se dá conta de perceber. hoje, a nayara anda ocupada demais com os estudos e ela não está errada. mas é inegável que ela anda mais fria de um tempo pra cá, mas isso é coisa pequena perto dos sentimentos e dos acontecimentos. a bruna tem que estudar também, não pode ficar me ligando toda hora (assim como eu também não posso). ela tem seus horários, sua 'vida nova', mas sempre dá aquele jeito de não se desligar nunca. e eu continuo aqui. mas depois de tudo muitas coisas me afetaram- coisas boas, coisas ruins-. mas consigo viver em paz. eu presto mais atenção nas coisas simples (e tenho tempo para isso), me encanto com pequenos gestos. também tenho meus momentos de chatisse, de raiva, de nostalgia.

não se esqueçam que eu tenho todos os planos no coração, e não no papel.

amélie.

-Ela parece distante.
-Talvez seja porque está pensando em alguém.
-Em alguém do quadro?
- Não, um garoto com quem cruzou em algum lugar, e sentiu que eram parecidos.
- Em outros termos, prefere imaginar uma relação com alguém ausente que criar laços com os que estão presentes.
- Ao contrário, talvez tente arrumar a bagunça da vida dos outros.
- E ela? E a bagunça na vida dela? Quem vai pôr ordem?


dia azul.

ontem minhas perguntas me roubavam o ar, faziam minhas pernas tremer e meus suspiros se prolongarem. será que eu devia saber de tudo mesmo? será que devia falar o que sinto e pronto? ou será que devia me esconder e soltar um 'ah, que bom'?

nos minutos de angústia, a bruna me disse: você não pode ficar sentada vendo a vida passar não, sabia? e eu nem sei se sabia, mas acho que consegui (por pouco tempo) tirar a ilusão -que sempre aparece quando menos espero- da minha frente, e vi como o mundo está de verdade. não digo o mundo como um todo, digo o meu mundo.

quando fui naquela festa, no início me senti perdida, depois até que confortável. assim, nós seguimos e eu ainda consegui falar com você. só não entendi o porquê de estar tão mal humorado comigo, quem tinha esse direito era eu, não você. e você ainda me chamou de 'bicha'! eu sei que é costume, ou sei lá o que. mas queria que soubesse que eu odeio quando me chama assim, parece que você usa isso pra fugir dos assuntos. desde quando ficar sensibilizada com alguma coisa é 'bichisse'?

mas, que seja, hoje o dia tá azul e eu tô até que bem. acho que agora a serenidade tomou conta de mim. então, que continue assim.

ontem e hoje.

estava na escola com a laura e, de repente, começamos a escutar aquela música velha que diz: eu já não sei mais, não sei viver sem ter você. confesso que sabia a música de cor e, sem que eu esperasse, me vi cantando. era como se me visse com meus treze anos (será que tinha só treze?).

depois de toda aquela cantoria (e nostalgia?) começamos a conversar sobre algumas coisas que gostávamos, sobre as músicas que escutávamos e sobre as coisas que fazíamos. não havia ninguém melhor para estar conversando sobre tal assunto. a laura e eu sempre fomos super amigas-inseparáveis (hoje não tão inseparáveis assim, mas o que importa é a amizade, que é muito forte!).

quando vim pra casa, fiquei pensando em como eu era antes e como sou agora. houve, de fato, MUITAS mudanças. mas ainda assim, algumas coisas permanecem iguais: continuo com o mesmo 'jeitinho', o mesmo modo de me entregar a qualquer pessoa que me dê um pouco de atenção e faço a mesma cara quando fazem algo que desaprovo.



pra você, laura. :D

dia dos namorados.

e eu gosto de ficar só, mas gosto mais (BEM mais) de você.

sua novidade.

ontem minha felicidade foi tamanha ao te 'ver' empolgado (e surpreso!) com a sua novidade que tive que dividi-la com os outros. saí correndo para contar pra minha mãe e ela me perguntou: e esses olhinhos brilhando? eu fiquei sem graça e saí do quarto gritando: não estão brilhando. estou feliz pelo meu amigo, oras! é uma oportunidade e tanto!

ao entrar no meu mundo, comecei a sorrir feito boba. fiz tudo que tinha pra fazer com uma alegria estampada na cara.

a noite foi chegando e liguei pra naty, queria contar para ela como andavam as coisas por aqui e queria saber como ela estava por lá. no meio, pedi pra ela colocar no viva voz. e tudo por um único motivo: queria que a lala e a peteca também soubessem da notícia.

eu e a peteca chegamos à conclusão que a minha 'queimadura' já é de terceiro (ou até mesmo quarto!) grau.

é, pode ser...


ps: eu tô torcendo muito pra tudo dar certo. (:

roteiro de um filme sem fim.

sexta me deparei com a certeza de que eu estava, de fato, apaixonada. então, fui até a casa da lala para contar tudo (tudo mesmo!) o que aconteceu e o que acontecia. ela me entendeu e me pediu pra tentar. a zinha me pediu a mesma coisa.

voltei para a minha vó, e o nervosismo me fazia companhia. a bruna chegou, eu não conseguia nem dar o abraço que ela merecia, e só quando ela saiu pela porta, me dei conta do ocorrido. com isso, a tristeza se fez mais forte. eu não podia nem levantar da cadeira para ir me arrumar (eu já havia combinado de sair). e não podia deixar minhas amigas na mão, logo elas que sempre fizeram de tudo por mim.

a noite teve algumas risadas, mas as minhas soavam desesperadas. a bruna me acompanhou na volta, e ficou durante um tempo comigo. a gente ia deitar e tirar um cochilo, mas como eu não conseguiria, chamei ela para ver uns vídeos. entre eles, estava 'nicest thing' e bastou passar a primeira cena pro encanto (acompanhado de uma certa tristeza) vir de encontro a mim. quando ele terminou, meus olhos e os olhos da bruna continham lágrimas. no final, as minhas eram de confusão. enquanto minha cabeça parecia estar rodando, eu podia escutar a voz da bruna me dizer: eu não vou deixar você desistir, não vou.

ela se foi, e eu resolvi descansar. deitei e me encolhi entre os endredons, não demorou muito pra cair no sono.

o novo dia chegou e trouxe um sol com ele. fui até a bruna para assistir 'paris, te amo', em um dos curtas deste eu lembrei tanto de você. queria voltar pra casa caminhando, olhando o céu. queria ter alguns minutos de paz. a bruna insistiu em me acompanhar, e nessa hora eu estava tão encantada! e ela (bruna) repetia: você é tão sonhadora, isa. não conheço ninguém que seja mais que você. acho que assiste tantos filmes, que pensa estar em um deles.

fiquei pensando no que a bruna falou, mas depois nem tive tempo pra isso. meus pais chegaram e eu confesso que precisava de um 'colo de mãe'.

nós saímos a noite, foi muito legal e minhas risadas foram mais verdadeiras. naquelas horas, eu sabia onde estava. sabia e não achava nada ruim.

voltei para casa e tive um sonho com você. nele você me abraçava tão forte e durante tanto tempo, que quando acordei estava feliz. mas a felicidade não durou muito, porque minha mãe chegou com uma notícia triste e mais tarde recebi outra, que apertou durante um bom tempo meu coração. era você que não tinha o direito de fazer isso comigo ou era eu que não tinha o direito de fazer alguma coisa?

com isso, comecei a sentir saudade daquilo que não aconteceu. senti saudade de dormir abraçada com você, de jogar video game, de ver filme e sorrir no meio sem nem saber o porquê, de compor uma música e depois cantar (você com o violão e eu com a voz), de fazer um bolo e não conseguir terminar, porque comemos o brigadeiro antes e ficamos sujos com os ingredientes, dos abraços na grama, de ver o pôr e o nascer do sol ao seu lado, dos beijos embaixo da chuva.

ah, tantos planos que eu fiz pra nós.

talvez um dia eu tenha a coragem de te dizer isso, e talvez um dia isso possa vir a acontecer (por um milagre, claro).


'I wish you'd never forget the look on my face when we first met'